Capela de Nossa Senhora dos Olivais

(Município de Montemor-o-Velho, 2020)
Fonte: Junta de Freguesia de Tentúgal

Origem: Foi edificada, inicialmente, com o Orago de Nossa Senhora da Encarnação, na 2ª metade do século XVI. Por volta de 1550, a Nossa Senhora dos Olivais passou a ser a santa padroeira desta capela. De acordo com várias fontes, as obras de construção desta capela foram impulsionadas pelo Padre João Tavares (Município de Montemor-o-Velho s/d).

Data de edificação: 2ª metade do século XVI.

Estilo Arquitetónico: Construção de dimensões razoáveis, apresenta uma frontaria, na qual podemos contemplar cinco nichos com imagens de pedra, um dos quais possui gravada a figura de Jesus Cristo. Acima desta figura, encontra-se um janelão, que ilumina a Capela e o Coro. A capela de Nossa Senhora dos Olivais está assente em quatro colunas de pedra. À sua direita, podemos encontrar o campanário cercado de varanda de ferro e sino (Município de Montemor-o-Velho s/d).

Interiormente, a capela de Nossa Senhora dos Olivais mantém a traça da sua reconstrução quinhentista. Assim, esta apresenta um teto de pedra abobadado, com caixotões simples, dois altares (com as imagens de Santo Amaro, Santa Joana, São João Baptista e Santa Apolónia) e retábulos, também, de pedra. As paredes são dotadas de azulejos do Séc. XVI. À esquerda da Capela, temos outro altar de pedra, com as imagens de São Caetano, Nossa Senhora da Tocha e São José. O Altar-mor, em pedra, pertencente ao estilo renascentista, possui imagens de Nossa Senhora da Encarnação e de Nossa Senhora da Anunciação. O Púlpito é de pedra, com colunas delgadas, sendo que o chão, lajeado, tem três túmulos com inscrições não legíveis (Município de Montemor-o-Velho s/d).

História: A 22 de Abril de 1585, os Mordomos constituíram e decretaram novos Estatutos. No entanto, um documento encontrado, entretanto, prova que esta Confraria foi fundada em 1555, sendo a Confraria de S. João Baptista instituída em 1584. As obrigações na forma do Compromisso consistiam nos seguintes eventos, nomeadamente a festa de Nossa Senhora da Anunciação, que tinha lugar no último domingo de abril de cada ano, com missa cantada, sermão e procissão solene da Matriz para a Capela, esta última realizada no sábado antecedente. O mesmo deveria acontecer na véspera de S. João, com o compromisso de não se gastar dinheiro da confraria em comida (Município de Montemor-o-Velho s/d).

No dia de S. José, ocorreria uma missa solene, com sermão na Ermida. Uma missa também se realizaria no dia de Santo Amaro. Em todos os sábados de cada ano, haveria uma missa rezada por intenção dos confrades vivos e defuntos, bem como um aniversário após a festa principal de abril, logo na 2ª feira seguinte, organizada pelos irmãos defuntos (Município de Montemor-o-Velho s/d).

A partir do século XVII, este monumento começou a registar algumas reformas, sendo a mais visível a reforma que teve lugar no século XIX. A Capela de Nossa Senhora dos Olivais era palco, no passado, de romarias e festividades, apresentando, no passado, alojamento (Município de Montemor-o-Velho s/d).

O Príncipe Regente D. João, a 20 de setembro de 1804, mandou anexar as Confrarias de Nossa Senhora da Anunciação e de São João Baptista à Confraria do Santíssimo Sacramento da Igreja Matriz, para que se pudesse conservar o culto. Isto porque os bens destas confrarias tinham sido há muitos anos, por lei, aforados a diversas entidades, provocando uma diminuição de rendimento e impossibilitando, assim, a vida autónoma de cada uma delas (Município de Montemor-o-Velho s/d).

Foram feitas várias intervenções e obras na Capela de Nossa Senhora dos Olivais, nomeadamente nos séculos XIX e XX (Município de Montemor-o-Velho s/d).

Curiosidades: A Festa da Senhora dos Olivais celebra-se no último domingo de abril com grande solenidade. No mesmo dia, realiza-se, também, uma feira franca no largo ao pé da capela. Esta Ermida teve uma Confraria em que o juiz era sempre um eclesiástico. Foram seus confrades grandes personagens do Reino, como os Senhores da Casa de Ferreira e o Conde de Cantanhede com toda a sua família. Na última oitava da Páscoa, o povo ia em procissão à Ermida onde se realizava uma missa. No entanto, como esta festa não se podia realizar com solenidade por ser altura da Quaresma, a festa passava para o domingo a seguir à Páscoa (Município de Montemor-o-Velho s/d).

Referências Bibliográficas:

Município de Montemor-o-Velho (s/d). Capela de Nossa Senhora dos Olivais. Disponível em: https://www.cm-montemorvelho.pt/index.php/component/k2/item/186-capela-de-nossa-senhora-dos-olivais

Botão Voltar ao Topo